terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ladies and gentlemen, the VCR

Até o ano de, hum, 2006, tínhamos um aparelho de videocassete em casa. Ele tava meio encostado, não funcionava direito, mas eu gostava dele.
Peguei esse amor por vídeos em geral com o meu pai, que desde sempre gravava os bons filmes que passavam na Globo, à noite (alguém ainda lembra dessa época?). Estávamos nos anos 90 e o aparelho que usávamos era um pouco mais tosco, que fazia um barulho insuportável quando se rebobinava uma fita. Bons tempos.

Durante toda a minha adolescência eu gravei clipes, programas, matérias e reportagens que passavam na MTV (putz! Faz décadas que se podia aproveitar alguma coisa da programação deles) e nos canais da TVA. Tudo isso ficou acumulado em 13 fitas VHS, devidamente catalogadas e numeradas por mim. Por mais imbecil que possa parecer, aquilo era o meu tesouro. Sem exagero: muito do que sou hoje se deve ao conteúdo daquelas fitas.

Um dia meus pais resolveram se livrar do trambolho que era aquele aparelho e, naturalmente, de todas as fitas que ocupavam um espaço absurdo - detalhe: sem me consultar. Fui descobrir no meu primeiro dia de folga, depois de várias semanas trabalhando nonstop. Depois de dar um chilique, eles me contaram que as fitas ainda estavam no porta-malas do carro. Desci até o estacionamento, de camisola, e peguei as 13 fitas, que ainda estavam com meu nome e os números de catálogo em cada uma. Chorando (sim, eu sou besta a esse ponto), guardei todas embaixo da cama, e lá ficaram até a metade de 2008, quando houve uma reforma em casa.
Mas o vídeo eu já tinha perdido: descobri que tinha sido dado ao meu irmão mais velho.

Mas todo mundo sabe que o mundo gira e a Lusitana roda (desde 1921), e eis que, há uns dois meses, esse mesmo irmão me trouxe o aparelho de volta. E funcionando perfeitamente! Agora as fitas, que depois da reforma em casa foram maravilhosamente armazenadas nas novas estantes do meu quarto, voltaram à ativa nessa semana, e com o mesmo efeito de vários anos atrás: colocando sorrisos no meu rosto, como se nunca tivessem sido deixadas de lado.

PS: Sim, claro que já considerei passá-las para DVD. Uma hora vou acabar fazendo isso, mesmo. :)

5 comentários:

Paurioca disse...

Nossa Ju, feliz por saber que conseguiu recuperar as fitas, e, mais ainda pelo "Du" ter devolvido o seu "provedor" de alegrias!
Agora, eu acho realmente interessante passar os vídeos para DVD, por que as fitas vão perdendo os dados com o tempo... Aliás, conheço alguém que vc acharia improvável, mas, faz esse tipo de trabalho.
Amo!

Anônimo disse...

Nossa, pode crer. E lembra das sessoes de slide? Com bolinho de chuva de enrolar que a mae fazia... E as sessoes de gravar voz, lembra? Lembra do dia em que a gente te convenceu a gravar a voz na fita da Xuxa????? Hahahahahaha sem dúvida, vc é o que é hj, por isso. Viva os velhos tempos...

bibfact disse...

Tomara que tenha uma filmagem da "Juquinha Noel"... Viva os velhos tempos!!!

Marcella disse...

E quando passar seu tesouro para DVD, aproveite para converter tb TODOS os episódios dos Anos Incríveis também, porque já tem compradora esperando na fila!

AdrianaLaCerva disse...

Eu tbem ja pensei empassar para dvd. Nunca o fiz.